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DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-3-2009.
Aos
onze dias do mês de março do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Dr. Raul, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Marcello Chiodo, Maria Celeste,
Nelcir Tessaro, Sebastião Melo, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna,
João Pancinha, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo
Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e
Tarciso Flecha Negra. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Sebastião Melo,
conjuntamente com o Vereador Engenheiro Comassetto, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 001/09 (Processo nº 0596/09); pela Vereadora Sofia
Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 032/09 (Processo nº 0877/09).
Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor
Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do Vereador
Adeli Sell, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 283/08 (Processo
nº 7009/08); de autoria do Vereador Alceu Brasinha, com referência ao Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05 (Processo nº 2655/05); de autoria
do Vereador Engenheiro Comassetto, com referência ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 039/05 e aos Projetos de Lei do Legislativo nos
108/06 e 158/07 (Processos nos 5438/05, 2836/06 e 4809/07,
respectivamente); de autoria do Vereador DJ Cassiá, com referência ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 206/08 (Processo nº 4916/08); de autoria da Vereadora
Juliana Brizola, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 323/07
(Processo nº 9850/07); de autoria da Vereadora Maristela Maffei, com referência
aos Projetos de Lei do Legislativo nos 169/04 e 061/07 (Processos nos
3954/04 e 1827/07, respectivamente). Ainda, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 283/08 (Processo nº 7009/08), de autoria da Vereadora Margarete Moraes. Às
quatorze horas e dez minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para
a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às
quatorze horas e cinquenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, a
Vereadora Maria Celeste procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Recurso à
decisão de Sua Excelência, de declaração de prejudicialidade do Substitutivo nº
01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/08 (Processo nº
6853/08). Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 018/08, em sua parte vetada, considerando-se
rejeitado o Veto Parcial oposto, por vinte votos SIM, treze votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon, Maria Celeste,
Beto Moesch, Carlos Todeschini, Adeli Sell, Luiz Braz, Alceu Brasinha, Airto
Ferronato, Fernanda Melchionna, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson e
Reginaldo Pujol e encaminhado à votação pelos Vereadores Valter Nagelstein,
Luiz Braz, Mauro Zacher, Haroldo de Souza, Fernanda Melchionna, João Antonio
Dib e Maria Celeste, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha
Negra, votado Não os Vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul,
Fernanda Melchionna, João Pancinha, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro
Pinheiro, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon, Toni Proença, Valter Nagelstein
e Waldir Canal e optado pela Abstenção os Vereadores Pedro Ruas, este com
Declaração de Voto, e Sebastião Melo. Na ocasião, o Vereador Valter Nagelstein
manifestou-se acerca do teor das discussões acerca do Veto oposto pelo Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 018/08, tendo-se manifestado sobre o assunto o Vereador Alceu Brasinha, e
acerca da justificativa de seu voto no referido Projeto, tendo o Senhor
Presidente determinado que Sua Excelência, nesse sentido, registrasse sua
posição por escrito. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 018/08, o Vereador Mauro Pinheiro e a Vereadora Juliana Brizola
cederam seus tempos de discussão, respectivamente, à Vereadora Sofia Cavedon e
ao Vereador Beto Moesch. Também, o Vereador Beto Moesch formulou Requerimento
verbal, solicitando cópia do pronunciamento do Vereador Adeli Sell na discussão
do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 018/08, tendo o Senhor
Presidente informado que as notas taquigráficas referentes à presente Sessão
estarão publicadas na internet em vinte e quatro horas. Ainda, o Senhor
Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Daniel Antoniolli,
Presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Porto
Alegre, e do Senhor José Ismael Heinen, ex-Vereador deste Legislativo. A
seguir, foi apregoado Requerimento de
autoria da Vereadora Maria Celeste, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, nos
dias dezesseis e dezessete de março do corrente, quando participará de
trabalhos desenvolvidos pela Escola do Legislativo Julieta Battistioli, no
Município de São Borja – RS. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o
Projeto de Resolução nº 003/09. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
028/09. Após, o Senhor Presidente declarou encerrado o período de Ordem do Dia.
Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores para reunião
com o Senhor Ricardo Felizola, Presidente do Programa Gaúcho de Qualidade e
Produtividade, a ser realizada a seguir, no Salão Nobre Dilamar Valls Machado.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do
Legislativo nos 270 e 271/08. Às dezessete horas e sete minutos,
nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser
realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião
Melo e Toni Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu,
Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, com relação ao Processo lido pelo Ver. Tessaro, que já tem
assinatura do Ver. Comassetto, acho que o Ver. Tessaro e outros Vereadores
gostariam de assiná-lo, já que é um Processo muito discutido nesta Casa, de
regularização de uma área. Então, a Presidência apenas está tentando acelerar –
são 500 famílias que estão dependendo desse Processo.
Solicito
aos Líderes de Bancada ou seus representantes que, rapidamente, se aproximem à
Mesa. (Pausa.)
Convido
o Ver. Valter Nagelstein, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça,
para presidir a Reunião Conjunta das Comissões. Suspendo os trabalhos para a
Reunião Conjunta.
(Suspendem-se os trabalhos às14h10min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h58min): Estão
reabertos os trabalhos. Solicito abertura do
painel eletrônico, para que se proceda à verificação de quórum. (Pausa.) (Após
o fechamento do painel eletrônico.) Havendo quórum, passamos à
A SRA. MARIA CELESTE: Na realidade,
Vereador-Presidente, é um Requerimento que estamos fazendo, a Bancada do PT,
interpondo recurso à sua decisão que declarou prejudicada a tramitação do
Substitutivo nº 01 à proposição do Projeto que acabamos de ter nas Comissões
Conjuntas. Então, encaminho nesse
sentido: que seja provido o presente recurso para o fim da retomada da
tramitação do Substitutivo nº 01 e também a solicitação do efeito suspensivo do
Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Bom, primeiro,
dou por recebido o recurso; solicito ao Diretor Legislativo que determine a sua
autuação de praxe, para vir para o despacho e dar solicitação relativamente ao
efeito suspensivo. Após a autuação, farei, portanto, o despacho. Muito obrigado
a V. Exª.
Srs. Vereadores, peço a atenção de V. Exas, pois nós vamos, neste momento, enfrentar o Veto
Parcial do Sr. Prefeito Municipal ao PLCE nº 018/08. Este Projeto é conhecido
como Projeto da Arena do Grêmio, matéria bastante discutida neste Veto,
portanto, do conhecimento dos Srs. Vereadores.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 6189/08 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº
018/08, que define Regime Urbanístico para Subunidade 02 da Unidade de
Estruturação Urbana (UEU) 8 da Macrozona (MZ) 2 e para Subunidade 3 da UEU 80
da MZ 1, suprime a Área Especial de Interesse Institucional da Subunidade 3 da
UEU 80 da MZ 1 e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela rejeição do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Antonio Dib: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir
Canal: pela manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Beto
Moesch: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CECE. Relator Ver. Haroldo de
Souza: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Adeli
Sell: pela rejeição do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 02-03-09.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 04-03-09 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLCE nº 018/08 com Veto Parcial. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir o PLCE nº 018/08 com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, Srs. e Sras Vereadoras,
num primeiro momento, eu tenho aqui que reconhecer, neste caso, o papel, pelo
menos do Prefeito que assina, não o papel do Governo, porque quero ver o papel do Governo, porque quero ver o papel do
Governo, que ainda não vi. Este Veto se refere ao Secretário de Governo. E eu
entendo que, como Governo, o Prefeito, o Vice-Prefeito, todos os Secretários, deveriam responder
unissonamente. Este Veto do Prefeito, e não do Governo, nos alertou - e aqui
quero reconhecer, porque eu estava na Reunião de Lideranças quando o Ver. Nereu
D’Avila propôs essa Emenda –, e falo em meu nome, pelo menos, eu tive o entendimento
de que era uma Emenda restrita ao Projeto do espaço do Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense, no Humaitá. E o Veto do Prefeito nos alerta - e depois nós fomos
analisar – que, de fato, é uma Emenda muito temerária. Primeiro, uma Emenda mal
colocada, pois uma Emenda dessa grandeza, e com esse objeto, não poderia estar
num projeto específico para duas áreas – era um projeto único – referente ao
Projeto do Grêmio, porque ela é uma Emenda que tem implicações para a Cidade
inteira. É uma Emenda que trata linearmente regiões, espaços diferentes. É
grave essa Emenda; ela atinge supermercados, hospitais, empreendimentos,
destaca um grupo de atividades, e beneficia alguns, com a mudança de regime,
independente do debate histórico que houve em relação ao Regime Urbanístico que
havia inicialmente naquela Região. E a mudança posterior, consagrada no atual
Plano Diretor, que não é um Plano Diretor de técnicos, de gaveta, inventado em
escritórios, é um Plano Diretor resultante da Conferência da Cidade - ele pode
ter muitos problemas, mas ele teve uma grande participação popular, mais de
1.500 pessoas, comissões por área, por tema, com delegações, com debates do
Governo e, depois, um debate forte nesta Casa -; então, as mudanças de Regime
Urbanístico, realizadas por esse processo do Plano Diretor, aqui se “passa uma
régua”, sem saber o conjunto das implicações, reconstituem-se índices
construtivos anteriores ao atual Plano permitindo a todos os empreendimentos,
se adquirirem terrenos lindeiros, construir com índices construtivos anteriores
ao atual Plano; inclusive, original ao projeto, quando a Cidade não tinha feito
um debate sobre o seu Regime Urbanístico. Então, é uma Emenda muito grave, sem
nenhum freio, uma extensão que não é possível calcular, e mais: é uma Emenda
que desconhece o novo Estatuto da Cidade, em que o Solo Criado, a outorga de
uso tem custo, tem que ter contrapartida ao Município. Eu queria chamar a atenção dos Vereadores, Ver. Nilo, para o fato de nós
estarmos aqui recompondo, concedendo não se sabe quantos índices construtivos;
porque um Projeto deste não veio com discussão com a sociedade, não veio com o
estudo do Impacto de Vizinhança avaliado pelos técnicos do Governo. Uma
Emenda dessas tem que ter uma lista do conjunto dos empreendimentos e áreas
beneficiadas, para a gente ter noção, como Legisladores, de qual é o impacto e
densificação nessa Cidade. Nós não sabemos se esses empreendimentos
beneficiados estão em Área de Interesse Cultural, se estão do lado de
patrimônio público - não temos idéia.
Então,
eu quero aqui reconhecer que o Prefeito recoloca a questão no lugar, reconhece
o problema, que é gravíssimo. Esse tema tem que ser discutido no Plano Diretor
com o conhecimento pleno das consequências dele. Então, não é possível deixar
prosperar essa Emenda. A minha posição é de que a gente assuma, aceite o Veto
do Prefeito Municipal; e cobro aqui, sim, a posição de Governo, porque é muito
difícil para a Cidade ter um Prefeito que diz “a”, um Vice-Prefeito que diz “b”
e um Secretário que diz “c”. A Cidade, a democracia não podem conviver com
isso, não tem como a Cidade se responsabilizar! E mais: não tem como o
Governante se desresponsabilizar e dizer que é a sua posição, que é a posição
do Prefeito, mas que também existe a posição do Secretário. O Secretário, o
Ver. Nereu, eu tenho certeza de que de vai compreender a nossa posição de
manter o Veto do Prefeito, mas, mais do que isso, ele, certamente, deve
respeitar a posição do seu Prefeito, assim como eu espero que os Vereadores da
base do Governo Fogaça o façam.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Veto Parcial do Sr.
Prefeito em relação ao Projeto do Grêmio trouxe algumas das questões, Ver.
Haroldo de Souza, que a Bancada do PT apontava naquela discussão, naquela
avaliação. Não foi à toa que a Bancada do PT votou contra o Projeto da forma
como foi encaminhado e as questões que ali foram colocadas no dia da votação,
porque entendíamos o perigo que a Cidade correria com projetos pontuais no
sentido da descaracterização e da desfiguração, especialmente da Macrorregião
1, à qual pertence o projeto da Arena.
E,
para a nossa alegria, nós tivemos uma reunião, na semana passada, na Comissão
do Plano Diretor, e ali recebemos a presença do Comandante do V Comar, que veio
trazer um tema importantíssimo e que diz respeito também a esse Projeto, que é
a questão da altura dos prédios colocados na cidade de Porto Alegre,
especialmente no que tange à segurança aérea da Cidade. Todos os Vereadores que
estavam aqui aplaudiram o Major e as considerações que ele trouxe. E quando nós
aprovamos esse Projeto, a Bancada do PT já colocava a preocupação da altura
determinada nele, não só da Arena do Grêmio, mas também do novo equipamento a
ser construído onde hoje é o Estádio Olímpico. Essas preocupações nós tínhamos,
e ali também houve uma questão colocada e referendada pelo Vice-Prefeito da Cidade,
que, pessoalmente, esteve aqui nesta Casa conversando com todos os Vereadores
no sentido de acelerar o processo de discussão do Projeto do Internacional e do
Grêmio, e sinalizou aos Vereadores favoravelmente à Emenda proposta pelo Ver.
Nereu D'Avila, que é a Emenda do Veto Parcial do Prefeito.
À
época - e aqui vou manifestar a decisão da Bancada do PT mais uma vez; já fiz
essa manifestação na nossa reunião de Mesa e Liderança -, o Ver. Comassetto,
Líder da Bancada, e o Ver. Adeli Sell, Vice-Líder, estavam na reunião e
acordaram pela aprovação daquela Emenda. Portanto, neste momento, a nossa
Bancada estudou o tema, avaliou, percebeu que, novamente, nós estaremos abrindo
para toda a Cidade uma questão que diz respeito ao Plano Diretor. E, para
manter a nossa coerência, entendemos que essa Emenda deve estar contemplada
dentro da discussão do Plano Diretor, e a nossa Bancada libera apenas dois
Vereadores, por terem palavra naquilo que acordaram, ou seja, que estarão
votando contra o Veto do Prefeito. Os demais Vereadores da nossa Bancada -
tiramos posição, sim - votarão a favor do Veto, porque achamos que o conteúdo
dessa Emenda deve estar incluso na discussão do Plano Diretor.
Agora,
é importante, senhoras e senhores, que possamos avaliar com muito mais cautela
e muito mais cuidado todos os projetos que chegam a esta Casa de forma açodada,
enviados pelo Executivo, especialmente no final de uma Legislatura, como foi no
final do ano passado. A forma como o Governo enviou, a forma como os Vereadores
aqui foram, de certa forma, induzidos ao erro, especialmente na avaliação desta
Emenda, trazem o resultado que hoje nós vemos: o Veto Parcial do Prefeito, da
sua base aliada, Ver. João Carlos Nedel. E, provavelmente, a gente verifica a
manifestação pela derrubada do Veto daquele que avaliou a necessidade de, de
fato, essa discussão estar no âmbito da Comissão do Plano Diretor, ou estar no
âmbito, sim, do Plano Diretor da cidade de Porto Alegre. Portanto, essa é a
posição da nossa Bancada, e a maioria dela vai acompanhar o Veto do Sr.
Prefeito.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço
à Verª Maria Celeste.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em especial o
Presidente da Comissão do Plano Diretor, Ver. João Antonio Dib, e todos os
Relatores, Ver. Pujol, por quê? Ora, nós estamos discutindo o Veto a um artigo
de um Projeto que, na minha opinião, foi equivocado, mesmo tendo como
justificativa a Copa de 2014, porque tinha um argumento muito forte; e, com
certeza, foi por isso que o Projeto Arena do Grêmio foi aprovado, porque tinha
um argumento, qual seja, a Copa 2014.
Agora,
a Emenda ao Projeto, Ver. João Dib, não diz respeito à Copa 2014. E por que eu
chamei a atenção de V. Exª, Ver. João Antonio Dib, e Presidente Sebastião Melo?
Se este Veto for derrotado, se o Veto for derrubado, nós não precisaremos mais
da Comissão do Plano Diretor. Não há por que ter Comissão do Plano Diretor;
está resolvido o problema da Cidade, nós não precisaremos mais discutir
absolutamente nada sobre que cidade queremos.
Houve
um Vereador aqui que aproveitou o Regime de Urgência de um Projeto para colocar
que prédios de até 72 metros de altura podem ser feitos em toda a cidade de
Porto Alegre para shopping centers, para hotéis, para hospitais.
E uma entidade, a qual eu respeito e muito, alega que isso é importante para o
turismo. Puxa! Mas, como assim, importante para o turismo? Como é que Paris é a
cidade com maior número de turistas no mundo, se lá não há prédios dessa envergadura, apenas em uma ou outra região? Inclusive as cidades americanas permitem
prédios mais altos apenas na região central, e tão-somente.
Ver. Valter Nalgelstein, eu tenho colocado isto, é a
minha opinião: se o Plano Diretor atual é nefasto para a Cidade, se o Plano
Diretor atual não traduz os interesses e a vocação dos porto-alegrenses porque
está comprometendo, em todos os sentidos, os bairros tradicionais da Cidade,
imaginem o art. 9º do Projeto da Arena! Se hoje já é, na minha opinião, um
absurdo, se já é extremamente impactante do ponto de vista paisagístico, do
ponto de vista de não termos a estrutura necessária para atender e responder a
esses prédios megalomaníacos.
A Cidade já está demasiadamente impermeabilizada, ela já está quente demais e
cada vez mais quente por causa do asfalto e do concreto. É esse o futuro que
nós queremos, Ver. Nilo Santos? O futuro do concreto, do asfalto, do calor e do
comprometimento da qualidade de vida da maioria da população? Na minha opinião,
na minha visão de futuro, não é essa a Cidade da qual nós precisamos. E o pior,
eu e a Verª Juliana Brizola temos discutido muito isso: o Projeto veio em
Regime de Urgência. Esta é uma Emenda a um Projeto em Regime de Urgência.
Portanto nós estaremos, se esse artigo for aprovado, mais uma vez afrontando
diretamente e flagrantemente o Estatuto da Cidade, a Constituição do Estado, a
Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município, porque a sociedade não está
participando desse processo, e isso está evidente nessas normativas. A Câmara
de Vereadores, e somente ela, pode e deve ser o baluarte da sociedade. Por
isso, Ver. Valter Nagelstein, o Governo acertou e teve coragem de vetar esse
artigo. Nós não podemos, jamais, permitir isso.
Portanto,
sim, o Governo neste caso tem razão: pela manutenção do Veto, pelo futuro da
Cidade de forma sustentável.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
aqueles que nos assistem pela TVCâmara, nos ouvem pela rádio, os presentes que
assistem a esta Sessão, a nossa saudação; eu espero que a Liderança do Governo,
além da vinda do Projeto, use a autoridade política do Governo para a
manutenção deste Veto, porque há uma Emenda contrabandeada que pode ter a
intenção de beneficiar ou atender alguma necessidade, mas o que acontece na
prática é uma abertura, um escancaramento, um escrachamento geral das
possibilidades na Cidade, e isso é muito grave, Ver. Valter. Por isso estamos
aqui com responsabilidade, porque tiramos posição de Partido em apoio à posição
do Executivo Municipal. Se há casos que precisam ser tratados, de equilíbrio,
de ajustes, eles têm que ser tratados em lei particular. Mas essa posição que
está posta, que vem através de uma Emenda ao Projeto que aprovou a alteração no
Plano Diretor para a construção da Arena, é absolutamente complicada e
compromete o futuro da Cidade. E não é coisa pouca, Ver. Marcello. Isso altera
e impacta os potenciais construtivos, a morfologia da Cidade; altera as
questões ambientais da Cidade, muito bem aqui postas pelo Ver. Beto Moesch.
Portanto, isso exige e requer a responsabilidade desta Câmara. Eu sei que
esteve aqui, inclusive, há poucos dias, um Secretário de Governo muito
preocupado com os desdobramentos e com o andamento dessa questão. Porque também
nós temos que considerar que há uma Comissão Especial para tratar do Plano
Diretor, e a essa Comissão cabe olhar o todo da Cidade. Olhar todas as normas,
todas as regras e propor o aprofundamento do debate, e aí, sim, a discussão e a
decisão sobre essa matéria.
Assim
como a orla, nós também entendemos que essa é matéria do Plano Diretor, e não
pode, através de uma Emenda casuística, vir aqui e ser aprovada. Muito bem
feito o Veto do Executivo Municipal, o qual nós apoiaremos como Bancada, como
Partido. Portanto, nós queremos que seja exercida a autoridade política de base
do Governo, que tem uma ampla maioria nesta Casa. Se isso não acontecer, em
primeiro lugar, a Cidade pode sofrer um grande prejuízo, e o Governo vai ser
enfraquecido, senão desmoralizado. Espero que isso não aconteça, ainda mais com
relação a um assunto que é estratégico para o futuro da Cidade, da vida das
pessoas, do meio ambiente, de todos os desdobramentos. Fica, assim, a nossa
manifestação de apoio à manutenção do Veto exercida pelo Executivo Municipal. Obrigado
pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado,
Ver. Todeschini.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 018/08 com Veto
Parcial.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, o bom Parlamento, o Parlamento que
respeita o voto popular é aquele Parlamento no qual os seus membros extirpam
aquilo que os clássicos, inclusive os clássicos do marxismo, sempre criticaram,
que é a cretinice parlamentar. Por isso é que eu continuo sendo Parlamentar e
lutarei para estar em alguma instância parlamentar, porque acho que é
importante que o povo tenha seus legítimos representantes. O que não dá para
aceitar, Ver. Nagelstein, é que o Ver. Beto Moesch venha aqui e diga e passe a
idéia para as pessoas de que, se nós aprovarmos esta Emenda, dará para
construir prédios com 72 metros de altura na Cidade inteira. Não é verdade; é
mentira! É mentira! A Emenda fala que as edificações poderão ser suplementadas,
ampliadas, e não haverá uma outra edificação, muito menos fora do espaço
lindeiro de edificações antigas. E não há edificação antiga com 72 metros de
altura! O Ver. Beto Moesch mente! Mente! É o estilo dele! É o estilo dele; não
é o meu! Eu nem iria falar, porque eu poderia falar do acordo que foi feito com
o Dr. Vice-Prefeito, José Fortunati, com o Secretário de Segurança Urbana, que
era Vereador então e é o autor da Lei, o Ver. Nereu D'Avila. O PT... E por isso
eu insisti na minha Bancada, como nós tínhamos um compromisso de voto, a minha
Bancada liberou a votação; eu assumi aquele compromisso, naquele dia, naquela
Mesa, e não vou mudar de opinião! Até porque, como o arquivo é genérico, ele
fala de equipamentos importantes! Dois deles formam o tripé do desenvolvimento
em Porto Alegre, que é a área do turismo e, principalmente, do turismo de
eventos, porque os equipamentos que estamos propondo são equipamentos do
turismo de eventos, de negócios! E com relação à área da Saúde, como posso
explicar ser contra a ampliação de hospitais e clínicas, se eu assinei, no dia
31 de março de 2004, representando a Prefeitura da Gestão Verle, o manifesto
Saúde em Porto Alegre? Eu assinei, e eu sustento isso até hoje como um dos
tripés do desenvolvimento econômico da cidade de Porto Alegre! Então, não se engane,
povo de Porto Alegre! Porque hoje as pessoas estão nos vendo na TVCâmara, e, se
preciso for, amanhã de madrugada, seja às 4 horas da madrugada, na Carris, seja
às 6 horas, no Centro, no Mercado Público, vou distribuir um folheto para dizer
que é mentira o que estão alardeando de que estamos aprovando algo que aumenta
as alturas para 72 metros. Até porque, no caso do Grêmio, eu votei contra a
altura dos 72 metros! E eu fiz uma proposta de quatro itens, que o Grêmio e a
empresa não aceitaram, mas que terão que fazer. Terão que fazer, Ver. Marcello
Chiodo, porque os senhores e as senhoras sabem que, para ter circulação atrás
do Grêmio, para 19 torres, tem que abrir - como diz o Plano Diretor, nós vamos
manter essa posição no Plano Diretor, eu tenho certeza -, a Av. Gaston Mazeron,
que se encontrará com a Rua Mariano de Matos, fazendo uma rótula na Av. Tronco.
Eu disse que tinha que ter uma saída pela Rua Goiás, uma saída pela Rua Mato
Grosso, para encontrar a Av. Florianópolis, porque não dá para aumentar a pista
de rolamentos da Av. Azenha. Eu conheço a Cidade, eu estudo a Cidade. Jamais
iria aprovar um Projeto que confrontasse a sustentabilidade ambiental,
econômica e social. Eu fiz as propostas no debate do Grêmio, não aceitaram. E
não votei, como a minha Bancada não votou, pelos 72 metros lá no Grêmio. E não
é verdade, é mentira o que disse o Ver. Beto Moesch aqui que vamos estender a
altura das edificações para 72 metros na Cidade. Eu não posso me calar!
Mentiroso é o Vereador! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. BETO MOESCH (Requerimento):
Eu só peço a cópia das transcrições do discurso do Ver. Adeli. Já faço um
Requerimento aqui. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Os discursos estarão liberados em 24 horas. Se for necessário antes, eu
determino; mas em 24 horas estarão disponíveis na Internet.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 018/08 com Veto
Parcial.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, todos nós, Vereadores e Vereadoras aqui desta Casa, Ver.
Todeschini, estamos absolutamente livres para votar de acordo com a nossa
consciência: “sim”ou “não”. A única coisa que não podemos fazer é não usar a
verdade para que os nossos argumentos realmente possam ser respeitados. Eu
respeito muito todos os Vereadores aqui desta Casa, mas o meu amigo Ver. Beto
Moesch usa um argumento aqui, desta tribuna, que não é real! E eu gostaria que
o Ver. Beto, por favor, lesse a Emenda que está sendo discutida aqui, agora! A
Emenda não esparrama prédios de 72 metros de altura por toda a Cidade. E, se me
mostrarem algum lugar onde isso está escrito, eu voto pela manutenção do Veto.
Mas não é assim! Não é assim! Uma altura de 72 metros os Vereadores desta Casa
votaram para aquela área da Av. Azenha e para a área do bairro Humaitá. É isso,
Ver. Beto Moesch? E eu acredito que V. Exª também tenha votado favorável ao
Projeto do Grêmio.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não, eu votei contra o
Projeto do Grêmio, mas eu estou interpretando – posso estar equivocado – o art.
9º como, em certos casos, permitindo até... É uma interpretação!
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas não
escrito em lugar nenhum no art. 9º, Ver. Beto.
O
Sr. Beto Moesch: Mas não
precisa estar escrito expressamente isso.
O
SR. LUIZ BRAZ: Os
argumentos que estão sendo utilizados para derrubar o art. 9º eu respeito,
porque, afinal de contas, cada pessoa pode pensar da forma como bem entender.
Agora, esse argumento não serve, porque não está lá! O art. 9º apenas
viabiliza, Ver. Haroldo de Souza, que as pessoas, por exemplo, os empresários
que tenham um hospital, que tenham um shopping center, que tenham uma
empresa desse porte ou um hotel, que possam usar os índices do Projeto original.
É isso que diz o artigo que foi vetado pelo Sr. Prefeito Municipal; inclusive
ele próprio, o Prefeito Municipal, me disse que a idéia, realmente, está
correta. Ele achava apenas que esta Casa devia colocar algumas limitações, e eu
concordei com ele. E até, Verª Sofia Cavedon, concordamos, no dia em que eu
conversava com o Sr. Prefeito Municipal, no sentido de que se o Veto for
derrubado, Ver. Valter Nagelstein, V. Exª que é Líder do Governo - e eu
acredito que o certo, o lógico seria que o Veto fosse derrubado nesta Casa -,
que imediatamente trabalhássemos um projeto para que fizéssemos as limitações
no tempo e também percentualmente nas construções que poderiam ser feitas. Isso
é o que foi falado! Isso é o que está sendo discutido, Ver. Adeli Sell! O que
nós estamos discutindo aqui é se só o Grêmio e o Internacional é que,
realmente, serão responsáveis por essa parcela da Copa do Mundo, que vem aqui
para Porto Alegre, ou se nós vamos envolver o conjunto de toda a sociedade.
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com todo o respeito a V. Exª,
pela ordem, eu só gostaria de dizer que o pensamento do Prefeito Municipal está
expresso nas razões do Veto. Eu sei que ele conversou com V. Exª, mas a posição
do Prefeito está expressa nas razões do Veto, e, posteriormente, em
encaminhamentos, eu pretendo repisar isso para Vossa Excelência.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Valter Nagelstein, V. Exª tem absoluta razão, só que o Prefeito me disse que se
o Veto fosse derrubado – e ele não estava dizendo para nós derrubarmos o Veto
-, ele gosta da idéia, então imediatamente ele mandaria um projeto, para esta
Casa para colocar limitações. É isso que foi falado, está certo? Agora, não
venham me falar aqui que essa Emenda está abrindo possibilidade ou dá poder de
interpretação que se construam prédios de 72 metros. Não é isso! Olhem, nós
estamos possibilitando, com essa Emenda, e não são obras novas, prédios novos,
projetos novos... aquele aumento, por exemplo, do hospital, qualquer hospital,
qualquer shopping, qualquer hotel que queira fazer ampliações, que tenha
áreas para ampliações, que possa usar os índices do Projeto original. É isso
que está sendo discutido, não é? Então, se o Vereador votar contra ou a favor,
ele tem que saber o que está votando, porque senão nós vamos acabar dizendo:
“Não, eu vou votar contra porque não pode suspender mais prédios de 72 metros
de altura”. Não é isso que nós estamos votando aqui! Não é isso que está
escrito nesta Emenda que foi vetada! O que nós estamos falando, Ver. Haroldo de
Souza, é que nós queremos envolver o conjunto da sociedade nesse Projeto da
Copa do Mundo. Nós não queremos ficar só com o Grêmio e o Internacional. É só
isso. Correções é claro que - eu acredito, Verª Maria Celeste - nós vamos
precisar fazer, e podemos fazer realmente, porque esse tempo que resta, até a
Copa do Mundo, correções com relação a esse texto que nós estamos votando aqui,
meu amigo Vendruscolo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu votei favorável, porque era o Projeto do Grêmio. Votei favorável, Ver.
Tarciso, V. Exª que tem toda liberdade também de discutir Grêmio, foi nosso
atleta, mas eu votei favorável. Eu fico mais admirado com fato de o Ver. Beto
Moesch, sendo gremista, vir dizer que votou contra. Mais ainda, Ver. Beto
Moesch: eu quero dizer a V. Exª que avisarei a torcida do Grêmio que V. Exª foi
contra o Projeto da Arena do Grêmio; e mais ainda: contra o Projeto que nós
vamos vender. Quero dizer a V. Exª, Ver. Beto Moesch, que eu tenho todo o
respeito por V. Exª, costumo dizer que o seu trabalho foi muito bom na Cidade,
mas V. Exª não poderia morar em Porto Alegre, V. Exª deveria estar naquelas
cidades do faroeste, onde há poeira e árvores bastante. Isso sim, V. Exª
deveria estar lá, porque V. Exª é contra tudo! Tira o asfalto, tira tudo,
Vereador! Não dá, Vereador! A que V. Exª é a favor? Vamos fazer um relatório
para sabermos a que o Ver. Beto Moesch é favorável. A que ele é favorável nesta
Cidade? Será que o Ver. Beto Moesch não viu que aquele prédio ali no Shopping
Praia de Belas também terá 21 andares? Será que V. Exª não tem passado também
por ali para fiscalizar, Ver. Beto Moesch? Quero dizer que eu vou votar
favorável! Vou, para derrubar o Veto! Porque, na minha concepção - não é o meu
Partido, eu tenho a minha autonomia e estou defendendo a minha posição -, Ver.
DJ Cassiá, porque eu quero o desenvolvimento de Porto Alegre. E eu penso, cada
vez que vejo um cidadão votar contra o desenvolvimento de Porto Alegre, que
esse não está votando contra o desenvolvimento, está votando contra toda a
população de Porto Alegre e do Rio Grande. Porque não dá para pensar que só
eles estão certos?! Só eles sabem tudo?! Só o PT que sabe tudo aqui?! Por quê?!
Vocês são os inteligentes?! Não, estiveram durante 16 anos lá, fizeram o que
quiseram! Levantaram para cima, fizeram, votaram o Plano Diretor, e aí? E agora
são contra 72 metros que não são para toda a Cidade. Não é para toda a cidade,
Ver. Comassetto. V. Exª tem a mania de colocar tudo no mesmo bolo, mas não é
para toda a Cidade. Eu vou votar para derrubar o Veto, e podem ter a certeza de
que, se tiver de votar duas vezes, eu voto.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. VALTER NAGELSTEIN:
Se V. Exª me permite, acho importante um esclarecimento, porque estamos
caminhando em outro sentido que não o da Lei, o do Veto propriamente dito.
Nós não estamos
discutindo, aqui, Ver. Brasinha, com todo o respeito a V. Exª e aos demais
Vereadores, o Projeto do Grêmio. Nós estamos discutindo um artigo que foi feito
incluir na Lei que aprovou o Projeto do Grêmio. E o Veto do Governo, ...
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador,
não se trata de uma Questão de Ordem. Eu inscrevo Vossa Excelência.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN:
Nós estamos discutindo, Sr. Presidente. É para que não se discuta aquilo que
não consta no presente Veto.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, respondendo ao Ver. Nagelstein, quero dizer que eu, simplesmente,
citei o Grêmio, porque o Ver. Moesch também o citou, e mais ainda, e outros
Vereadores também, mas acho que ele ouviu errado. Não estou falando do Projeto
do Grêmio; eu falei, sim, que votarei pela derrubada do Veto.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Agradeço pelas contribuições, não as recebo como Questões de Ordem, mas elas
ficam registradas como contribuição ao debate.
A Verª Sofia Cavedon está
com a palavra para discutir o PLCE nº 018/08 com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. Mauro
Pinheiro.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, gostaria de ler a
Emenda em discussão, porque fico imaginando a confusão que ocorre na cabeça dos
cidadãos que nos acompanham para entender o debate.
Eu
queria voltar ao debate, porque é importante retomar alguns elementos. Nós
temos, hoje - e a preocupação do Ver. Moesch procede, sim -, Índices
Construtivos na cidade que têm causado muito conflito pela permissividade e
pelo desconhecimento ao serem estabelecidos em que áreas esses índices iriam
repercutir. E, Ver. Pujol, que franze o cenho, vou dar um exemplo: V. Exª sabe
qual é o índice construtivo da Cidade Baixa? A Cidade Baixa, que tem o nome de
Cidade Baixa, tem o índice construtivo 2,4. Dois ponto quatro significa - não
para os Vereadores que sabem bem, mas para a população - que permite construir
duas vezes ponto quatro o tamanho da área. E aí, Ver. Braz,significa que tem
que subir para fazer isso, tem que ganhar altura.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia, a V. Exª está
falando em Índice de Construção, e esse índice não é em altura, Vereadora. Esse
Índice de Construção só pode ser utilizado se houver terreno, Vereadora. Nós
não estamos falando em altura. Só pode ser usado se houver terreno. Só isso.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: É
duas vezes ponto quatro em qualquer terreno, Ver. Braz. Eu não sou formada em
engenharia, mas consigo entender que precisa subir ou furar bastante o subsolo
para construir duas vezes e meia a área de um terreno; não tem jeito. Como vai
construir, Ver. Haroldo, dois ponto quatro o tamanho do terreno? Então, os
nossos índices construtivos, sim, estão muito altos.
O
Estudo do Impacto do Plano Diretor de quatro, cinco bairros do centro da Cidade
foi engavetado pelo ex-Secretário Isaac Ainhorn, que demonstrava que começava a
ficar economicamente ruim para a cidade de Porto Alegre a aplicação dos atuais
índices construtivos em Petrópolis, na Bela Vista. Ruim por quê? Por causa do
impacto do trânsito, impacto no esgotamento sanitário, impacto no esgotamento
da água pluvial, como, por exemplo, o Conduto Forçado Álvaro Chaves - um
caminhão de dinheiro para resolver o problema. E aí não é um problema que
atribuo ao Governo Fogaça, não é isso; é o conjunto dos governos.
Então,
nós precisamos ter cuidado, Ver. Brasinha, porque o impacto dos atuais índices
construtivos é muito grande já na Cidade.
Na Azenha, que eu falava,
Ver. Pujol, 2,4 atinge áreas - ali não é Área de Interesse Cultural -, uma
série de casas listadas como de Patrimônio Cultural, fazendo uma sombra,
fazendo uma brutal intervenção na paisagem. Então, nós aprovarmos essa
Emenda... E o Prefeito vetou com essa noção de que podemos, e quem diz aqui que
estamos querendo não permitir a ampliação do hospital, também está faltando com
a verdade: se comprar um terreno lindeiro na Cidade Baixa, vai construir 2,4. E
não sei bem, porque não temos como saber, só o sabem os interessados, qual é o
tamanho da repercussão dessa Emenda, porque não sei que índice, que
empreendimento quer recuperar qual índice anterior, que possivelmente seja
maior do que já está sendo praticado hoje. Ora, maior do que já estamos
praticando hoje, gente, que já é um drama na cidade de Porto Alegre, no Centro,
porque isso aqui possivelmente vai se referir a um conjunto de empreendimentos
do Centro, nós não temos condições de votar isso no escuro, já sabemos que hoje
já é um drama a densificação e o Índice Construtivo da Região Central. Então,
não é à toa que o Prefeito vetou, e vetou por prudência, para respeitar o Plano
Diretor, e o processo que nós vamos fazer é muito importante manter o Veto. E o
Prefeito que mande, ele vai mandar - eu sei que o Secretário Clóvis veio aqui -
projetos específicos para determinadas atividades, daí tudo bem, teremos mais
condições de avaliar a repercussão de mudanças de índices construtivos de
regime urbanísticos. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu estava
aqui na Casa em dezembro quando foram votados o Projeto e a Emenda. Estive
presente agora em todas as reuniões que fizemos, as últimas, para tratar do
caso do Veto do Sr. Prefeito Municipal. Eu acredito, entendo e vejo como a
proposta apresentada é boa para a cidade de Porto Alegre; e ouvindo as
argumentações do Secretário Municipal - e a própria Verª Sofia falou isso agora
-, que se apresentem, depois, especificamente processos caso a caso, eu me
filio à posição inversa e isso foi dito desde a primeira reunião que
participei, de que, na verdade, aprovemos o Projeto agora, rejeitando o Veto, e
que, posteriormente, venha à Casa um Projeto que possa trazer as adaptações que
sejam entendidas como necessárias. Talvez isso possa se entender como um
equívoco, como um caminho torto, mas a verdade é que há uma premência de tempo
e, hoje, nós tratamos em Porto Alegre da Copa 2014. E se nós pensarmos em
apresentar um novo projeto, demoraremos, talvez, um ano ou mais para aprová-lo.
Isso prejudicaria Porto Alegre, na minha modesta visão. E repito o que eu disse
nas reuniões: a mim me parece, entendo assim, que a parcela vetada do Sr.
Prefeito, que respeito, refere-se a hospitais, hotéis, cinemas, casas de
cultura e outras atividades afins que se vinculam diretamente ao turismo para a
cidade de Porto Alegre. Em Porto Alegre, todos nós sabemos das carências que há
relativamente ao turismo. E é por isso que eu acredito que é positiva a Emenda,
porque ela não fere o que existe no nosso Plano Diretor. Não acredito, também,
que ela desvie, que ela seja nefasta, como aqui se disse. Pelo contrário, ela
viabiliza a ampliação de hotéis, hospitais e outras atividades do gênero com
terrenos lindeiros que já existem em Porto Alegre, aos empreendimentos que já
existem. Então, só uma observação: é absolutamente certo que virão investidores
estrangeiros – e isso é bom – para investir agora na área do turismo em Porto
Alegre, por exemplo, em hotéis, com recursos financiados pelo Poder Público,
por exemplo, através do BNDES, mas aprovando e achando positiva a construção de
hotéis de 10, 12, 15 ou 20 andares, novos. Por que não pode ser viável,
possível e positivo para a Cidade viabilizar, possibilitar que hotéis,
hospitais, cinemas, casas de cultura, que já existem, possam buscar recursos
estaduais e federais para financiar a ampliação dos seus estabelecimentos? Eu
acho isso positivo. É preciso, sim, na minha visão, olhar, com carinho todo
especial, a questão do turismo em Porto Alegre, viabilizar que cresçam essas
atividades de turismo, porque isso é bom para a cidade de Porto Alegre. Então,
é claro que respeito todas as posições, ouvi todas, não quero com isso agredir
ninguém, quero dizer que o Prefeito fez a sua parte, e eu busco aqui,
modestamente, fazer a minha parte e contribuir para o debate. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos sabem que a
nossa Bancada, a do Partido Socialismo e Liberdade, é oposição ao Prefeito
Fogaça. Desde o início da Legislatura, falamos da importância de uma
fiscalização permanente da Prefeitura, mas também temos que reconhecer as
atitudes meritórias da Prefeitura. E eu acho que o Veto do Prefeito é uma
atitude meritória para corrigir algo que, no ano passado, com uma abertura
excedente de possibilidades, não regulou e não avaliou. Portanto, quero
reconhecer, na tribuna, esse mérito, e dizer que espero que a Bancada do
Governo acompanhe a posição meritória da Prefeitura, por um mínimo de coerência
política daqueles que acompanham e compõem a base do Governo Fogaça. Do ponto
de vista do Plano Diretor da nossa Cidade, em relação aos índices construtivos,
nós temos que reconhecer que está sendo feito um outro Plano Diretor na Cidade
de Porto Alegre, sem discussão com a sociedade, apresentado através de projetos
especiais. Uma parte disso é o Projeto Pontal Estaleiro. Nesse sentido, a nossa
Bancada foi firme e foi contra um projeto com tamanho impacto ambiental e com
tamanha benevolência para com os grandes construtores civis, ao invés de
beneficiar a população e aqueles que não têm garantida a regularização
fundiária da sua área. Nós também pedimos vista ao Parecer por achar que a
Audiência Pública pouco refletiu na opinião e nos pareceres desta Casa.
A
mesma coisa nós vimos no Projeto Arena e no Projeto do Inter, do ponto de vista
do desenvolvimento e do Plano Diretor da nossa Cidade. É um crime o que vai ser
feito na Azenha, com construções de 72 metros numa avenida com tamanho fluxo de
trânsito. Possivelmente, depois das 17 horas da tarde, as 18 torres de 72
metros vão tapar o sol da população que mora na Azenha. As torres vão ser
construídas sem levar em consideração os impactos de esgoto, os impactos de
infra-estrutura da área.
De
qualquer maneira, acho que também não foi levado em consideração o que o
Comandante do V Comar falou sobre as dificuldades de aterrissagem com relação à
área e à construção de Humaitá, porque nós sabemos que tem um plano básico que
é insuficiente, mas que tem que ser levado em consideração na hora de garantir
a aterrissagem e que vai encarecer os custos para as cargas e aeronaves. No
entanto, esta Emenda do Ver. Nereu parece contrabando, e parece um contrabando
ainda mal-redigido, porque aqui no art. 1º, está escrito – e talvez alguns
Vereadores não tenham entendido a leitura, por algumas falas que estamos
ouvindo aqui – “nos projetos de ampliação de equipamentos destinados à
utilização pública que contêm estádios esportivos, aeroportos, hospitais,
hotéis, centros comerciais ou shopping centers, escolas,
universidades ou igrejas, será assegurado ao terreno onde se acham construídos
e, aos incorporados, o índice construtivo aplicado no projeto original”.
Primeira
pergunta: qual é o projeto original? O Plano Diretor anterior, lá de 1979, que
depois foi substituído pelo Plano de 1999? Ou são as leis anteriores com
relação à construção da área daqueles locais? Ou, ainda, a construção original
dos próprios hotéis, anteriores ao Plano Diretor que regulamenta o índice
construtivo e a volumetria na área? Portanto, esta é uma emenda permissiva, é
uma emenda ampla que não contempla um planejamento de conjunto do crescimento
de nossa Cidade, possibilitando o crescimento desregulado; é uma emenda que não
permite uma mensuração, por parte dos órgãos, dos impactos ambientais e das
decorrências na construção daquela área, permitindo o jogo do vale-tudo.
De
qualquer maneira, a Emenda é ampla, genérica, e, certamente, como a gente está
vendo em outros projetos, serve para generalizar a obra, a construção de obras
gigantescas, mastodônticas, desrespeitando a cidade de Porto Alegre, mudando a
fotografia da cidade de Porto Alegre, agredindo ambientalmente e trazendo danos
para a qualidade de vida do porto-alegrense. Portanto, quero encaminhar a nossa
posição de defesa na manutenção do Veto e reiterar o mérito deste Veto.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Vereadora.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo;
colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, quero aqui trazer alguns
elementos para esta discussão, pautados a partir da fala que fez a nossa Líder
Verª Maria Celeste e recuperar toda uma discussão que fizemos na Legislatura
passada, quando aprovamos um conjunto de acordos entre as Lideranças quando foi
discutido o Projeto do Grêmio e do Inter.
Naquele momento, Sr.
Presidente, tive a oportunidade de estar na Liderança da Bancada do Partido dos
Trabalhadores e construímos uma mesa de negociação nesta Casa, envolvendo todas
as lideranças para buscarmos um ajuste, sob o ponto de vista de qualificarmos
os Projetos do Grêmio e do Internacional.
Com relação ao Projeto do Internacional, conseguimos ter um
acordo em quase todos os pontos que levamos e que reivindicamos. No do Grêmio,
isso foi mais difícil e não conseguimos todos os acordos que pretendíamos, Ver.
Pujol. V. Exª não estava aqui na época, mas, com relação ao Projeto do Grêmio,
a nossa Bancada apresentou um Substitutivo para tentar ainda argumentar que nós
precisávamos flexibilizar algumas posturas que não foram possíveis no Projeto.
O nosso Projeto foi derrotado, mas lá na mesa de negociações, o PDT apresentou a Emenda que estamos aqui discutindo. E a nossa Bancada, naquele momento, discutiu e deu acordo para votar esta Emenda. Em contrapartida, nós acolhemos, naquele momento, o apoio das demais Bancadas e aprovamos uma Emenda que incluiu detalhes no Projeto do Grêmio, conceituando-o e classificando-o como um Projeto Especial de operação consertada, ou seja, o Grêmio não quis discutir com esta Casa para flexibilizar. Portanto, agora, para aprovar o Projeto, ele precisará, sim, fazer uma ampla discussão, inclusive com esta Casa, para nós averiguarmos o Projeto que será aprovado.
E aí, Ver. Mauro Zacher, naquele momento, quem é que estava na mesa pelo Executivo? Estava o Secretário do Planejamento, à época, o Prefeito em exercício, que é o José Fortunati, que deu acordo. Bom, se ele deu acordo naquele momento...
O Sr. Mauro
Zacher: V. Exª permite um aparte?
O Sr. Mauro Zacher: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Bem lembrado por V. Exª esse acordo, que,
naquele momento, Ver. Comassetto, quando foi feito entre as Bancadas, permitiu
que essa Emenda fosse aprovada.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Bem, nesse
sentido, eu quero dizer que a nossa Bancada já assumiu uma posição, e votarei
de acordo com o que fizemos naquele momento. Agora, quero ressaltar que, quanto
ao conteúdo da Emenda, todos temos novas sugestões e novas criticas a esta
Emenda. Eu também. Portanto, qual é a melhor orientação que temos que fazer
aqui? Eu votarei pela derrubada do Veto do Sr. Prefeito Municipal e que o
Executivo assuma a responsabilidade de elaborar um Projeto completo e mandar
imediatamente para esta Casa.
Portanto, nós não estaremos com essa lacuna,
principalmente pela rede hoteleira de Porto Alegre que precisa se adequar à
Copa do Mundo, nós sabemos que para fazer Projeto só lá na SMOV leva três anos
para ser aprovado.
Portanto, Ver. Brasinha, V. Exª tem que dizer para
os seus colegas que os Projetos estão demorando mais do que deveriam para serem
aprovados.
Concluo, Sr. Presidente, com essas três
orientações: a nossa Bancada liberou o voto, portanto votarei pelo acordo
político feito naquele momento; segunda, o Vice-Prefeito Fortunati estará sentado à mesa nessa negociação;
terceiro: que o Executivo elabore uma nova proposta e que venha para dentro do
Plano Diretor contemplando toda essa discussão do orçamento ao desenvolvimento
do setor turístico. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham pelas galerias e pela
TVCâmara, Ver. Carlos Comassetto, por uma questão de coerência, no momento em
que nós discutimos aqui nesta Casa juntamente com as lideranças, quando V. Exª naquela época era Líder
da Bancada do PT, V. Exª concordou quando foi acertada aqui a Emenda do Ver.
Nereu D’Avila, Líder da nossa Bancada, a Bancada do PDT; e o Partido dos
Trabalhadores concordou com essa Emenda, que estava aqui representada pelo
atual Vice-Prefeito desta Cidade, José Fortunati, que hoje é o responsável pela
Secretaria, criada nesta Casa, para a organização da Copa do Mundo em 2014.
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só falta o Ver. Alceu Brasinha
vir aqui e querer dizer que a responsabilidade foi do Pedro Álvares Cabral, que
descobriu o Brasil.
O
SR. ERVINO BESSON: Quando
esta Casa vota, como nós votamos aqui, por exigência da FIFA na Copa do Mundo,
em 2014, a Arena do Grêmio e a reformulação do Gigante da Beira-Rio... Caso
contrário, veja V. Exª, Porto Alegre não seria sede dos jogos da Copa do Mundo.
Agora,
eu quero fazer uma pergunta a V. Exas: há quanto tempo a cidade de Porto
Alegre não constrói ou não amplia a sua área hospitalar? Há quanto tempo? Agora,
se por exigência, nós aprovamos um projeto da magnitude da Arena do Grêmio e o
do Sport Club Internacional, como nós vamos ser contra a ampliação dos
hospitais e dar condições à rede hoteleira? Ora, é um contra-senso! Com todo o
respeito, nós não podemos engessar o segmento, temos por obrigação, por
obrigação dos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, que colaborar para
que isso aconteça de forma a oferecer condições de receber aqui a Copa do Mundo
de 2014! Como é que nós vamos proibir? E temos aqui documento da Federação dos
Hospitais do Rio Grande do Sul, do seu Presidente, Dr. Cláudio José Allgayer;
ele foi claro, acho que todos os Srs. Vereadores e Vereadoras receberam.
(Mostra documento.) Agora, nós vamos ser contra á área da Saúde? Nós temos um
hospital que quer ampliar as suas condições, e nós vamos proibir isso? Não
podemos engessar isso, minha gente! Seria um contra-senso, com todo o respeito
aos nobres colegas Vereadores e Vereadoras. Se nós vamos derrubar o Veto, se o
Prefeito vai mandar um outro Projeto, eu acho que, pelo menos, vai ser na linha
daquilo que nós vamos discutir e temos discutido até o dia de hoje, pelo bem da
nossa Cidade. Ou queremos a Copa do Mundo aqui, Verª Sofia, ou não queremos! Eu
acho que todos nós queremos, mas nós temos que dar condições, não podemos
engessar nenhum segmento. E esse segmento aqui é muito sério, pois trata da
rede hoteleira e da rede de hospitais.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, a questão é a
seguinte: V. Exª lembra como foram polêmicos Inter e Grêmio; localizados, com
índice, com terreno. Aqui a gente não tem noção, Ver. Ervino, se são dez, se
são 20, se são 100, se são 200, se são 300 empreendimentos, porque não são só
hospitais, hotéis; são shopping centers, são teatros. O problema nosso é
que nós não estamos instruídos suficientemente, e o Governo, que tem essa
noção, tem os técnicos, está dizendo, na pessoa do Prefeito, que é melhor
vetar. Então, eu confio em que a Prefeitura tenha feito uma análise e visto que
a repercussão é grande. Esta é a ponderação.
O
SR. ERVINO BESSON: Verª
Sofia, há uma Lei vigente, V. Exª sabe muito bem que há uma Lei vigente, e essa
Lei vai ser obedecida, Verª Sofia, nós não vamos burlar isso que está aí, que
está escrito! Agora, o que nós não podemos é engessar um segmento, minha gente,
nós não podemos engessar um segmento! Vai ficar ruim para a Câmara, vai ficar
ruim para a Cidade! Nós temos um desafio pela frente, que é a Copa do Mundo de
2014! Portanto, este é o meu pronunciamento, meu caro Presidente, Ver.
Sebastião Melo. Vamos discutir amplamente este Projeto, e cada Vereador votará,
sem dúvida nenhuma, com tranquilidade, em prol do bem da nossa Cidade.
Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Verª Fernanda, do
PSOL, na sua fala, na sua manifestação, tem uma frase que acho maravilhosa,
quando ela acusa este Projeto - e me parece até com razão - de ser a Emenda
permissiva, ampla e genérica - acusação feita e que repercute, porque várias
outras pessoas caminham nessa linha.
Eu
quero ser muito claro como procuro ser sempre: eu não era Vereador na ocasião,
mas quiseram as circunstâncias que, naquele dia, eu estivesse na Câmara de
Vereadores, no Salão Nobre da Câmara Municipal, onde se deram as conversações e
as negociações, que foi exatamente o que o Ver. Engenheiro Comassetto narrou
aqui nesta Casa.
Eu
chego a pensar, Ver. Raul, que as pessoas não leram esta Emenda. O que diz a
Emenda? Diz (Lê.): “Nos projetos de ampliação de equipamentos destinados à
utilização pública que contenham estádios esportivos, aeroportos, hospitais,
hotéis, centros comerciais, escolas, universidades ou igrejas será assegurado
ao terreno sobre o qual se acham construídos e aos a ele incorporados o índice
construtivo aplicado no projeto original”. É isso que diz. Alguém criaria, em
sã consciência, dificuldade para a ampliação de um hospital em Porto Alegre? Eu
acho que o Ver. Nereu D'Avila cometeu aqui um erro estratégico, porque colocou
“centros comerciais ou shopping centers”: é a mesma coisa! Mas a
expressão shopping center funciona, para muitas pessoas, como uma coisa
do diabo, símbolo do consumismo, então isso assusta. Mas o shopping center
e o centro comercial são a mesma coisa, é só traduzir o nome! Agora, o
brasileirinho gosta de ir ao shopping; não é no centro comercial, é shopping,
então, isso cria toda essa figura aí.
Agora,
todos que vêm aqui e falam, todos que discutiram o Projeto, e até mesmo quem
elaborou as razões de Veto só fala da metade do Projeto. Porque eu considero
que a parte mais importante do artigo está no seu final, e ninguém comenta o
parágrafo 2º, que diz (Lê.): “Serão consideradas áreas construídas
não-adensáveis aquelas destinadas a equipamentos culturais, como cinemas,
teatro, auditórios, salas de convenções e assemelhados.” Quem é contra isso?
Ver. Brasinha, quem é contra isso?
A
minha querida amiga Verª Sofia fez uma afirmação maravilhosa, aqui! Informou
que a Cidade Baixa tem um índice de 2,4 de construção, e que, para alguém
construir num terreno de 2,4, ele tem que ganhar altura. E passa pelo
imaginário que essa altura vai ser de 70 metros! Não! Para construir num índice
de 2,4, se resolve o problema com térreo mais dois andares - está resolvido o
problema! A maioria da Cidade Baixa é térreo mais quatro andares.
Fui
morar na Cidade Baixa depois de transformada por Lei em Centro. Eu moro ali ao
lado dos Açorianos. Não venham me dizer como é que é, que seu sei, eu vivo
aquilo lá! Eu não ouvi dizer.
Então,
vamos ser muito sinceros: eu preciso que alguém tenha a coragem de vir aqui,
Ver. João Dib, dizer que é ruim ampliar um hospital, que é negativo para a
Cidade se apoiar os antigos hoteleiros de Porto Alegre. Quem está buscando os
índices agora, Ver. Pedro Ruas, quem quer ser analisado, se possível com o
índice que teve no passado, que justificou seu empreendimento, sabe que os
hotéis de Porto Alegre estão envelhecidos, e que, num esforço para a Copa do
Mundo, têm que ser recuperados. Ou alguém pensa que Porto Alegre vai se
credenciar a ser sede ou sub-sede da Copa do Mundo apenas com o esforço do
Grêmio Porto Alegrense, pelos seus empreendedores, e do Sport Club
Internacional? Não, toda Cidade tem que se envolver!
E
quando esse Projeto aqui, meu caro Ver. Tessaro, é acusado de ser amplo, eu
fico feliz; eu gosto de apoiar um Projeto de amplitude, dirigido à sociedade
pelos seus setores mais expressivos, e não com fotografia destinada a favorecer
A ou B em especial. Aqui não é dirigido a ninguém em especial é dirigido a
todos, especialmente àqueles aqui nominados, que representam segmentos da
sociedade, respeitáveis, aos quais não podemos condenar. E não os transformam
em agentes do diabo, não são demônios; são agentes da sociedade porto-alegrense
que merecem ser apoiados por nós.
E
é por isso que eu tive a lealdade de ir ao Sr. Prefeito Municipal... E parece
que agora se inverteu o fato: parece que a Verª Sofia é Líder do Governo, e eu
passei para a oposição. Não é isso. Eu tive a maior lealdade em ir ao Governo
Municipal e explicar as minhas razões, e o Prefeito as compreendeu e as
entendeu absolutamente justificadas.
Voto,
quando for o momento, pela derrubada do Veto, porque manter essa disposição no
Projeto é dar essa colocação de ser mais permissiva, mais ampla e mais
genérica. Chega de proibir em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em virtude de ter sido
um Projeto apreciado em regime de urgência, ele traz dúvidas, Ver. Pujol. Este
Projeto não está sendo debatido nas Comissões, não há audiência pública, e por
isso ele traz dúvidas. Ou seja, mesmo que tivesse mérito, e possa ter mérito,
Ver. Braz, a proposta, esse mérito se aproveita de um Projeto que não tem nada
a ver. É como se fosse um outro Projeto, e isso, na minha opinião, é um vício
processual - vejam as confusões!
Então,
conversando demoradamente com nosso arquiteto Ferraro, assim como conversei com
o Ver. Pujol e com o Ver. Braz, vejam o que diz o art. 9º (Lê.): “Nos projetos
de ampliação de equipamentos destinados à utilização pública que contenham
estádios, aeroportos, hospitais, hotéis, centro comerciais, shopping centers,
escolas, universidades ou igrejas será assegurado ao terreno sobre o qual se
acham construídos e aos a ele incorporados... [Quero chamar a atenção para esse
quesito: assegurado ao terreno, sobre o qual se acham construídos e aos a ele
incorporados] o índice construtivo aplicado no Projeto original”.
Pois
bem, nós temos, na realidade, dois planos diretores: o Plano Diretor que dá um
índice, mas há um segundo Plano Diretor - e sempre fiz essa crítica -, que se
for, Ver. Pedro Ruas, para um Projeto Especial, aquele índice pode ser
aumentado. Nós temos dois Planos Diretores; não é só o que está ali escrito.
Esse é um dos mais graves problemas, na minha opinião, do Plano Diretor. Embora
para aumentar esse índice tenha que passar pela Cauge, que é uma Comissão de
várias Secretarias, que tem que ter o EVU - Estudo de Viabilidade Urbanística;
licença ambiental, e assim por diante. Claro, não é assim, mas é um segundo
Plano Diretor.
Pois
esse índice aprovado em regime especial, em Projeto Especial, será assegurado
àquele empreendimento, se ele comprar terrenos ao seu redor! Portanto, o
Moinhos Shopping, se comprar aquelas casas unifamiliares, que têm um índice
reduzido, poderá deixar o índice original.
Com
relação ao terreno do BarraShoppingSul,
na minha opinião, foi um erro permitirem aquele índice. Se a Multiplan comprar
terrenos ao redor, conseguirá colocar o índice daquele terreno, porque
incorporou os terrenos ao seu redor - é o que está no art. 9º. E é, Ver. Luiz
Braz, a minha interpretação - posso estar equivocado. Eu estou interpretando
isso após conversar com o Ver. Luiz Braz, com o Ver. Reginaldo Pujol e com o
Ver. Airto Ferronato. Mas vejam, independentemente de ser isso ou não, Presidente,
o problema é de debatermos algo tão profundo, tão complexo e de tanta
repercussão na Cidade, numa emenda a um Projeto em Regime de Urgência.
Assim
não dá, gente! Não tem como! A Cidade não merece isso! Se ele tem mérito,
então, vamos colocá-lo na Comissão do Plano Diretor. Foi isso que eu quis
dizer, apenas para colaborar com o debate, Ver. Mauro Zacher. Estou tentando
colaborar com o debate. Ver. Luiz Braz, essa é a interpretação que não sou eu,
isoladamente, que estou dando. Vejam: comprando-se terrenos ao redor daquele Projeto,
especialmente aprovado, e que, portanto, tem o regime maior do que o Plano
Diretor original, o que será, então, permitido.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, agora V. Exª está com a
interpretação correta. Tanto é que a conversa que tive com o Prefeito Fogaça
foi para que ele mandasse para cá um outro Projeto, após nós derrubarmos este
Veto, para fazer as limitações, porque ficou faltando, realmente, colocarem-se
os limites.
O SR. BETO MOESCH: Aí, sim,
perfeito. Mas chamo a atenção de que, é claro que o Veto tem que ser mantido,
porque esse tema é muito complexo. Nós, agora, neste momento, não temos
condições de aprovar algo de tanta complexidade, sem a sociedade participar.
Portanto, é uma proposta que afronta o Estatuto da Cidade, a Constituição
Federal, a Constituição Estadual e que afronta, diretamente e flagrantemente, a
Lei Orgânica deste Município. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
Em votação o PLCE nº 018/08. (Pausa.) O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 018/08 com
Veto Parcial.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu queria, especialmente das Bancadas de sustentação ao
Governo, pedir a atenção de V. Exas, apenas nesses breves instantes.
Este assunto é
por demais importante, Ver. João Dib, para que nós, com a responsabilidade que
temos como representantes da população de Porto Alegre, não dediquemos a nossa
atenção ao que está sendo votado aqui. Eu quero, em preliminar, Srs.
Vereadores, dizer que nós não estamos falando do Projeto da Arena do Grêmio.
Nós não estamos nos colocando contrários ao Projeto da Arena do Grêmio. Até me
causou estranheza, Ver. Pujol, porque, uma semana depois, no decorrer do mês de
fevereiro, alguém da imprensa me ligou perguntando: “Por que vocês vetaram o
Projeto do Grêmio?”
Não é o Projeto do
Grêmio. Fez-se incluir, no Projeto do Grêmio, um artigo que foge de forma total e absoluta ao
assunto que foi votado naquela época. Portanto, quero reiterar o que disse em
aparte, numa Questão de Ordem, quando falava com o Ver. Alceu Brasinha: nós não
estamos falando do Projeto do Grêmio.
Ainda
em preliminar, eu quero dizer o seguinte: nós não somos contra hospitais, não
somos contra templos, não somos contra cinemas, contra shopping centers,
contra hotéis e contra universidades. Não somos contra o desenvolvimento da
Cidade. Aliás - e aqui abro um parêntese para falar de forma particular -, pode
haver alguém nesta Câmara que queira tanto quanto eu o desenvolvimento de Porto
Alegre, mas, certamente, não há ninguém que queira mais do que eu o
desenvolvimento da Cidade. Portanto, a questão não está em sermos contrários ou
sermos a favor do desenvolvimento, querermos que os hospitais possam fazer a
sua ampliação, que os shopping centers possam fazer a sua ampliação. E
aí reconheço virtudes nos advogados do projeto, porque colocam como
carro-chefe, como abre-alas disso que estamos falando, hospitais e templos, mas
nós estamos esquecendo que boates, que casas de espetáculo e tudo mais também
entram nessa mesma brecha que nós estamos abrindo na legislação...
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Não,
eu sou contra; aliás, quero que todos se desenvolvam, mas na forma e momento
propícios. Então, cabe-me vir aqui e transmitir a posição do Sr. Prefeito
Municipal, e essa posição é especialmente dirigida aos Vereadores da base, Srs.
Vereadores, porque fazer parte ou constituir uma base de Governo não é uma
obrigação cogente; nós não estamos aqui garroteando ninguém, nós não estamos
dizendo: “Olha, vocês têm que, obrigatoriamente votar com o Governo”. Não, não
é isso o que nós estamos fazendo, mas estamos lembrando que há uma vinculação
moral que une a nós todos e uma orientação. E me cabe, como Líder do Governo,
exatamente transmitir aos meus companheiros Vereadores que, se no mérito, nós
não somos contra o projeto, na forma como está sendo feito, Vereadores, nós
somos absolutamente contrários. Não é assim! Não é assim! Mais, nós propusemos,
inclusive, aos Vereadores o seguinte: que não fosse nem a questão do Plano
Diretor, Ver. Beto Moesch; que nós abríssemos uma exceção: já que nós estamos
discutindo projetos especiais, Ver. Tessaro, Ver. Nilo Santos, que nós
aprovássemos o regime de urgência para tratar especificamente disso e
criássemos uma regulamentação - isso não está havendo! Então, seria uma
alternativa. Nós estamos quebrando princípios aqui: quebrando o princípio da
territorialidade, que rege o Plano Diretor, estamos criando precedentes muito
perigosos, inclusive envolvendo o Aeroporto. Nós discutimos, na semana passada,
com o Brigadeiro, Comandante do V Comar, a questão dos aeroportos. E nós vamos
abrir aqui possibilidade de ampliação de prédios que estão no entorno dos
aeroportos. Quer dizer, vamos discutir de uma forma específica este Projeto,
vamos encaminhar, com Pedido de Urgência, com acordo das Bancadas, um Projeto
específico, mas vamos manter o Veto do Sr. Prefeito. A opinião que venho
transmitir aqui é de que isso, da forma como está sendo encaminhado, Srs.
Vereadores, é muito ruim para a Cidade, nós vamos abrir um precedente que é
muito perigoso; nós não podemos fazer isso. E mais do que isso, os projetos
especiais – e aí é algo da prerrogativa nossa, de Vereadores, que acho nós
temos que atentar e preservar -, nós examinamos caso a caso. Agora, se abrirmos
esse precedente, como estamos fazendo aqui, nós não vamos mais examinar as
ampliações dos projetos já aprovados, todos eles vão poder passar ao arrepio da
Câmara de Vereadores.
Quer
dizer, há uma série de precedentes que estamos correndo o risco de abrir.
Então, faço um apelo a V. Exas: vamos construir um marco legal
específico para este assunto, e aí eu me comprometo com V. Exas, de
aprovarmos o Regime de Urgência, criarmos um projeto de lei específico,
insistirmos junto ao Executivo, para trabalharmos num prazo de lei extremamente
curto, quiçá dois ou três meses, e vamos enfrentar essa questão estabelecendo
esses limites que queremos estabelecer; mas, por favor, não vamos abrir esse
precedente, que é extremamente perigoso, que tem o condão, inclusive, de
desconfigurar vários bairros da nossa Cidade, de aumentar sobremaneira o fluxo,
de aumentar o volume de trânsito nessas regiões e uma série de outras questões.
Então, reconheço que no mérito e nas intenções o Projeto é muito bom, sim, mas
na forma está absolutamente equivocado e incorreto, nós não poderíamos ter
feito incluir, lá no Projeto, o Grêmio. Faço um pelo no sentido de que acatemos
o Veto do Sr. Prefeito Municipal. Eu sei que é difícil, vários Vereadores já
acolheram a um lobby que é legítimo e que está sendo feito.
Concluindo,
Sr. Presidente, sou sensível e atento às manifestações que foram feitas por
várias entidades organizadas, mas acho que nós podemos, de forma responsável,
construir uma solução muito rápida, e essa solução depende de nós, não vamos
nos omitir; vamos, em dois ou três meses, construir essa solução, mas não vamos
fazer porteira aberta e não vamos criar um precedente para que as futuras
gerações da nossa Cidade tenham que pagar essa conta. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 018/08
com Veto Parcial.
O
SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente,
Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, sou um admirador da inteligência e da veemência do Ver. Valter
Nagelstein, que é o Líder do Governo nesta Casa, mas acredito, Ver. Pedro Ruas,
que, nos argumentos do Ver. Valter Nagelstein, há uma falha que precisamos
corrigir, e por isso resolvi vir aqui a esta tribuna.
Imaginem
V. Exas que, quando votamos o Projeto do Grêmio, e quando nós
votamos o Projeto do Internacional, estávamos votando Projetos que nos ligavam
à Copa do Mundo de 2014. Se estávamos votando Projetos que nos ligavam à Copa
do Mundo, nós não podemos restringir esta discussão apenas a Grêmio e
Internacional! Porque o que queremos é trazer pessoas aqui para Porto Alegre,
trazer uma parte da Copa do Mundo aqui para Porto Alegre, e, para fazer isso,
nós apenas vamos prestigiar Grêmio e Internacional, esquecendo que nós vamos
precisar ampliar hospitais, ampliar shopping centers, ampliar hotéis?
Nós não podemos ficar simplesmente pensando em Grêmio e Internacional. Aliás,
eu acredito que os Projetos Grêmio e Internacional, ligados à Copa do Mundo,
estiveram muito mais ligados ao desejo de propiciar um avanço, um aumento do
patrimônio que têm essas duas equipes; porque, se nos formos falar em Copa do
Mundo, nós temos que falar em Porto Alegre como um todo! Não posso falar na
Porto Alegre só da Azenha, de Humaitá, ou aqui da região do Menino Deus. Eu
tenho que falar em Porto Alegre como um todo. Então, por isso, estranhei o fato
de o qualificadíssimo Ver. Valter Nagelstein, quando citou os teatros, os
cinemas, Ver. Adeli Sell, ele não tenha visto que está ali porque teatros e
cinemas são áreas consideradas não-densificáveis no Plano Diretor. Ora, é
claro, quem vai ao cinema ou quem vai ao teatro, não vai para permanecer no
local. Então, essas áreas não podem ser contadas como áreas, Ver. Beto Moesch,
de densificação. E por isso que está citado ali, naquela Emenda, que esses
equipamentos são considerados equipamentos não-densificáveis, só por isso. Ora,
mas isso não está errado, eu duvido que os técnicos da Prefeitura apontem erros
nisso que está escrito no Projeto. Tanto é que as razões do Veto não trouxeram
nenhuma referência a esse item, incluindo cinemas, teatros e outros
equipamentos não-densificáveis, de acordo com o que está escrito no Plano
Diretor, e não poderia; as razões do Veto não falaram sobre isso. Nas razões do
Veto, eu acredito que faltam, inclusive, se dizer o seguinte: a idéia é muito
boa, porque a idéia inclui toda a Cidade de Porto Alegre; a idéia faz com que
toda a Porto Alegre participe do Projeto da Copa do Mundo. O que está errado,
eu já disse: nós precisamos, depois da derrubada do Veto, trabalhar; faltaram
limites, Ver. Haroldo de Souza. Nós precisamos colocar alguns limites temporais
na validade da Emenda que está sendo aprovada, e também com relação ao
percentual, a possibilidade de construção. Agora, com relação a esse perigo que
se colocou aqui, que vamos colocar em perigo os aeroportos, ora, pelo amor de
Deus! Apontem-me, no Projeto, onde está escrito isso! Não está! Quem tem um
hospital vai poder, realmente, pedir os índices do projeto original, quem tem shopping
center vai poder pedir índices do projeto original. E nem como a Verª Sofia
Cavedon disse: “Eu não posso construir aqui, vou subir isso até o infinito”.
Não! Nós, quando estamos discutindo os índices de construção, não estamos
discutindo exatamente as alturas. Isso é dado depois, Ver. DJ Cassiá, no EVU.
Todos esses projetos, depois de aprovados, dependem ainda do Estudo de
Viabilidade Urbana, ainda dependem disso.
Então,
com toda a certeza, com muita consciência, nós vamos votar pela derrubada do
Veto e vamos pedir para o Prefeito que nós possamos trabalhar celeremente, para
que nós possamos colocar limites, Ver. Pedro Ruas, para que o Projeto que é
aprovado, e que é bom, não tenha excessos que possam a vir prejudicar o
conjunto da sociedade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço
ao Ver. Luiz Braz.
Registro
a presença do Dr. Daniel Antoniolli, Presidente do Sindicato de Bares e
Restaurantes de Porto Alegre. Seja bem-vindo à nossa Casa!
O
Ver. Mauro Zacher está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
eu venho a esta tribuna para justificar a posição da nossa Bancada, que também
não fecha questão nesse assunto, mas tem já, de forma quase unânime, ou na sua
maioria, a posição de derrubar o Veto do Sr. Prefeito.
Com
referência a essa Emenda - e eu me fiz presente nesse momento, no ano passado,
enquanto votávamos os Projetos do Grêmio e do Inter -, fui testemunha de um
acordo feito que permitiu, por quase unanimidade, que se aprovasse essa Emenda.
Esse acordo que tem sido, em parte, referendado e cumprido pela Bancada do PT-
não na sua totalidade, mas alguns Vereadores irão acompanhar, porque estavam
presentes; inclusive, nosso Vice-Prefeito José Fortunati, que também foi uma
das pessoas que nos orientou naquele momento, porque também entendia que essa
Emenda era possível no momento em que estamos aguardando uma Copa do Mundo. Um
Projeto dessa magnitude precisa de grandes investimentos, e seria injusto que
alguns equipamentos, que algumas atividades econômicas também não tivessem a
oportunidade de se preparar para um evento desse porte.
Nós
tivemos, esta semana, a oportunidade de escutar diversos segmentos; recebi
vários e-mails em que várias entidades se posicionaram, inclusive
tivemos aqui a presença do Executivo. Lamento que o Ver. Valter Nalgstein não
esteja, neste momento, aqui no Plenário, mas eu quero referendar que o
Executivo, por meio do Secretário Clóvis Magalhães, não me convenceu, porque
não foi discutida a questão do mérito.
Entretanto, mandaram um novo Projeto, que já está, primeiro, acordado nesta
Casa, onde votamos, e o mesmo Projeto referente a essa Emenda. Não há motivo
para a tramitação de um novo Projeto na Casa!
Então,
por parte da nossa Bancada, do PDT, o indicativo deste Líder é para que
derrubemos este Veto e possamos, embora os argumentos de que a lógica do Plano
Diretor seja uma lógica territorial e não atividade econômica, levar em consideração,
sem dúvida nenhuma, a Copa do Mundo.
É
desta maneira que vamos encaminhar, pensando que essa Emenda já é um acordo
feito por esta Casa, que tem de ser cumprido, porque queremos que a Cidade
possa se preparar, se desenvolver, aproveitando a Copa do Mundo, porque essas
atividades, esses equipamentos, que somente poderão estar junto ao Índice
original do Projeto, ampliando ao seu redor, permitirão que esses hotéis,
hospitais, enfim, possam se preparar para um evento desse porte, como é a Copa
do Mundo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria de lembrar
que o Ver. Mauro Zacher fez uma excelente colocação sobre o acordo feito nesta
Casa.
Ver.
Valter, Líder do Governo, meu amigo, promissor político, espero que V. Exª
esteja me ouvindo: eu gostaria de saber o que é “vinculação moral entre nós, da
base do Governo”.
“Vinculação
moral entre nós, da base do Governo” é não pedir, ou não insinuar, ou dizer
para mim o que eu devo fazer, porque sou da base do Governo, porque, se eu não
estiver com a base do Governo, em sendo, eu não entendi essa vinculação moral.
A vinculação moral que eu tenho em defesa desta Emenda, do Projeto, é uma só:
saúde.
Como
é que vou votar contra, quando me dizem que faltam leitos hospitalares em Porto
Alegre, e o meu querido Valter vem aqui dizer que nós estamos votando uma coisa
apressadamente e que temos de aguardar para daqui a dois ou três meses? Mas de
novo?
Sabem,
eu fico cansado, às vezes, do Plenário, na história do mérito: “Ah! Tem mérito,
mas acontece que tem um probleminha aí...” Mas nós só enrolamos! Não! Isso foi
um acordo, lembrou bem o Ver. Mauro Zacher.
Um
acordo estabelecido na Casa não é alguma coisa que precisa ser feita. Agora,
como é que eu vou votar contra alguma coisa que fala em leitos hospitalares,
apesar de um Vereador aqui na Casa - ele não me deu autorização de falar -
dizer que tem leitos fechados em Porto Alegre. Tem leitos fechados? Leitos
hospitalares fechados em Porto Alegre? Eu vou procurar saber. Um Vereador me
“bateu” essa. Mas como? Se nós lutamos para haver lugar para os nossos enfermos
serem colocados, e aí dizem que tem... Não, eu não acredito nessa denúncia!
Para poder salvar um Projeto, para ir em defesa de uma opinião, vamos mentir?
O
Ver. Beto Moesch, por quem eu tenho extremo carinho, chega aqui e diz uma série
de coisas ao vento, ao léu; depois, daqui a pouco, titubeia e volta com outra
posição. E me confundem! São só projetos onde a ação de cada um é em defesa de
cada um!
Escutem: mas são
contrários ao aumento de shopping centers? Mas por quê? Aumentar onde já
há o direito de se fazer uma construção? Por que nós estamos discutindo, e por
que tem que ter uma vinculação moral, Ver. Valter Nagelstein? Isso aí é que eu
preciso saber.
Bom,
eu só quero dizer que vim aqui defender a derrubada do Veto, em nome da Saúde,
única e exclusivamente. Eu não vou entrar nem nos outros méritos, nem nas
outras sequências, nem nos outros segmentos que envolvem isso; defendo a
derrubada única e exclusivamente por causa dos leitos. Só! Nada mais que isso!
Agora,
eu espero que nós possamos ser um pouquinho mais responsáveis, aqui, sim!
Quando quiserem defender, venham bem informados, com todos os detalhes; não
coloquem na cabeça das pessoas, não coloquem junto à sociedade dúvidas a
respeito do que se decide aqui. Qualquer coisa: audiência pública; qualquer
coisa, não-sei-o-quê; “vamos fazer referendo”! Para que há esta Casa? Vamos à
votação. Vamos votar! Nós estamos aqui para isto: para votar! Sim, abstenção -
os humoristas - ou não, é simples. Agora, vamos parar de falar que tem mérito,
mas... “Eu me comprometo que, daqui a dois ou três meses, nós vamos discutir o
assunto de novo!” E aí começa, e, lá no final do ano, nós vamos estar
discutindo a mesma coisa. Por favor, não.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda
Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 018/08 com Veto Parcial.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, já colocamos a nossa opinião, a minha opinião, em discussão de
Pauta, sobre a importância da manutenção do Veto, o mérito e a importância de
discutirmos a infração contínua que está se fazendo na cidade de Porto Alegre
do Plano Diretor da nossa Cidade.
Não vamos repetir os argumentos que todos falaram
durante o debate da votação, o debate da Pauta e o mérito do Veto. Entretanto,
nesta Casa muito se falou sobre a Copa de 2014. É importante colocar que todos
os Vereadores, que toda a cidade de Porto Alegre quer a Copa de 2014, quer a
ampliação dos estádios, inclusive como torcedores. Eu, como colorada, relato
que é desagradável quando não se consegue comprar o ingresso para ir ao
estádio, então, é um benefício ampliar os estádios; para os gremistas, também,
certamente; todos os torcedores, toda a Cidade quer ampliar a Cidade e, neste caso,
os estádios também. Entretanto, não podemos usar o argumento de um desejo
coletivo de receber uma Copa ou de ampliar um estádio a partir de um sentimento
do torcedor apaixonado pelo seu time para abrir precedentes para a farra da
especulação imobiliária. Não é possível que os Vereadores venham aqui usar o
argumento da Copa de 2014 e nem reflitam o que aconteceu no Pan no Rio de
Janeiro, onde os mesmos argumentos foram utilizados para grandes construções,
de que iria desenvolver a cidade do Rio de Janeiro. O que vimos foi suspeita de
irregularidades; o que vimos foram albergues que serviriam, depois, para os
moradores rua, ficarem desativados! O que a gente viu é que quem participou do
Pan foram aqueles que tiveram dinheiro, porque o povo carioca não pode
participar. Será que é esse o modelo de desenvolvimento que os Vereadores
querem para Porto Alegre? Abrir precedentes, construir grandes prédios, deixar
um ônus para as gerações futuras, de ataque à paisagem, à qualidade de vida da
cidade de Porto Alegre, ao ambiente natural em nome - entre aspas - da Copa de
2014? Acho que são argumentos péssimos, e acho que é muito fácil pegar alguma
coisa, um elemento de sentimento coletivo, para justificar um projeto e uma
permissividade excessiva, uma permissividade que leva, certamente, a
construções descomensuradas que acarretam, sim, problemas na qualidade de vida
dos porto-alegrenses. Qualquer construção tem impacto ambiental, Ver. Pujol!
Qualquer construção tem impacto ambiental! Qualquer construção vai ter impacto
sobre o esgoto da região! Qualquer construção vai ter impacto sobre a
infra-estrutura telefônica da região; qualquer construção tem impacto, sim!
Nesses casos, ainda de maneira a permitir, manter ação exagerada e qualquer
regulamentação, como o Plano Diretor, ser desrespeitada. E me preocupa quando
alguns Vereadores vêm aqui dizer que querem votar a Emenda por causa da Saúde.
Eu quero que os Vereadores me digam qual é o hospital que está em projeto de
ser ampliado. Terá o apoio do PSOL, mas terá o apoio do PSOL a luta por uma
saúde de qualidade não só para fazer exercício de retórica na tribuna, para
abrir para os especuladores imobiliários; terá apoio concreto, como hoje, que,
lamentavelmente, o nosso Partido era o único Partido presente na defesa dos trabalhadores
e trabalhadoras, enfermeiros e enfermeiras, médicos e médicas do Grupo
Hospitalar Conceição. Eu acho uma pena, porque falam tanto da Saúde, mas onde
estavam os Partidos políticos? Onde estavam, quando foram cortados 100 milhões
de reais da verba do GHC, que atende a população de Porto Alegre, que atende os
doentes? Onde estão, quando se está debatendo a privatização da Saúde na Câmara
Federal, através das fundações de direito privado? É muito lindo, é muito lindo
vir aqui na tribuna fazer exercício de retórica com relação à Saúde. Pena que,
vindo de alguns, seja só demagogia, porque, na hora de lutar por uma saúde de
qualidade, passam longe, passam longe dos postos de saúde, passam longe das
lutas das associações e das lutas dos sindicatos combativos, que defendem a
saúde de qualidade, o Sistema Único de Saúde e as conquistas históricas dos
trabalhadores da área da Saúde. Lamentável!
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 018/08 com Veto Parcial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, a minha Bancada está liberada para votar da forma que melhor
entender. Agora, eu chamaria a atenção para o fato de que todos os Vereadores
discutiram o caput do artigo. Esqueceram que há dois parágrafos que
também foram vetados. O § 1º diz que os Projetos que tratem desse artigo serão
aprovados sob a forma de Projeto Especial de Impacto Urbano de Primeiro Nível.
Quer dizer, serão estudados caso a caso. E aqui está o Anexo 5.3 do Plano
Diretor atual, que diz que as atividades que estão sujeitas a Estudo de
Viabilidade Urbanística Obrigatório e, aí, relacionam uma série delas, muitas
que não estão no caput,
mas todos que estão no caput estão aqui relacionados. Então cada caso
será estudado. Não é livre, pura e simplesmente, falar e apresentar, eu queria
deixar bem claro isso. E não há por que ficar agredindo um ao outro, cada um
que tome a sua decisão conforme o seu conhecimento e a sua consciência. Saúde e
PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
018/08 com Veto Parcial.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho à tribuna, Ver.
Haroldo de Souza, para reiterar a posição da Bancada do PT junto a esse Veto
Parcial na Emenda. Já o fiz na minha primeira intervenção na discussão da
Emenda, mas é importante que possamos colocar, aqui, para os senhores,
novamente, a nossa posição. Agora, o que eu percebo em relação a este Veto
Parcial do Prefeito, Ver. Luiz Braz, é uma situação bastante complexa para a
base de situação do Governo, porque, se não me falha a memória, no final do ano
passado, de uma forma açodada, por conta e por consequência da Copa do Mundo
ser realizada na cidade de Porto Alegre - porque nós precisamos ter aqui
equipamentos adequados, empreendimentos adequados -, no apagar das luzes da
Legislatura passada, o Secretário, atual Vice-Prefeito da Cidade, o Secretário
Fortunati, Secretário da Copa agora, vem a esta Casa dizer e referendar a
importância desta Emenda de uma forma absolutamente açodada e incorreta.
Nós
nos preocupamos, e muito, como foi feita essa aprovação do Projeto àquela
época. A nossa Bancada votou contra o Projeto, porque não houve espaço sequer
de negociação alguma com o empreendedor, no sentido de alturas, de volumetria,
enfim, de várias questões que apontávamos já naquela discussão do Projeto em tela,
em questão. Foi por isso que votamos contra - de fato, isso é importante
colocar. E o que eu vejo hoje é a base do Governo completamente atônita com o
Veto que o Prefeito encaminha para esta Casa, inclusive com argumentações dos
Srs. Vereadores que compõem a base do Governo, desmoralizando o Prefeito
Municipal de Porto Alegre. Agora, a incoerência de fato é da Prefeitura, do seu
agente, do seu Secretário que vem a esta Casa, que discute, que induz ao erro
uma Emenda dessa, e por isso nós acordamos naquele momento, porque, de toda a
votação do Projeto do Grêmio, eu lembro bem, aprovamos aqui a Emenda da
operação consorciada, que é mais importante do que essa que foi vetada pelo
Prefeito, porque, na operação consorciada, conforme o Estatuto da Cidade, ali a
população vai participar, vai discutir, vai de fato entender melhor o
empreendimento. Dessa forma, nesse acordo, nós acabamos concordando com essa
Emenda. Portanto a Bancada do PT não está liberada, nós estamos mantendo a
nossa palavra através do Ver. Adeli Sell e Ver. Comassetto, Líder à época nessa
discussão, e a Bancada do PT, por entender que esta equivocadamente colocada
essa Emenda neste Projeto, vai acompanhar, sim, o Veto do Prefeito, mantendo a
nossa coerência em relação aos problemas da Cidade. Os acordos políticos feitos
nesta Casa devem ser respeitados, sim, mas eles não podem estar acima dos
interesses da Cidade de Porto Alegre. Jamais poderemos levar com essa
colocação.
Que bom, Ver. Haroldo de Souza, vejo que V. Exª
também concorda com que os acordos políticos não podem estar acima dos
interesses da nossa Cidade, acima dos interesses dos porto-alegrenses.
Agora, o que eu tenho percebido, verificado é, de
fato, a desestruturação e a desmoralização do Prefeito Municipal de Porto
Alegre pela base da situação que aqui está. Aliás, esta Emenda, uma Emenda do
Secretário de Segurança da Cidade de Porto Alegre, que eu gostaria de ouvir a
opinião dele também sobre esta Emenda. Ele vai acompanhar o Veto do Prefeito?
Ou ele vai pedir aos Vereadores do seu Partido que votem conforme a liberação
que foi dada pelo Vereador Líder do PDT. Eu gostaria de saber a opinião do
Secretário que elaborou esta Emenda. Ele está pedindo pela derrubada do Veto ou
pela manutenção do Veto? É disso que se trata neste momento, quando, mais uma
vez, esta Casa acaba caindo na incoerência e no erro induzido pelo Secretário,
na época o Secretário Fortunati, sobre esta Emenda, num local inadequado, num
Projeto inadequado, cujo conteúdo deve estar na discussão do Plano Diretor, porque
não é apenas um equipamento, não é apenas uma rede hoteleira, são escolas, são
hospitais e vários equipamentos na Cidade, talvez milhares, não se tem nem
codificados quantos, que de fato vão mudar a configuração. Vai existir uma
exceção muito forte, e aí não é só um estudo de viabilidade urbana, Ver. Luiz
Braz, necessário para isso. Há
necessidade, sim, do Estudo de Impacto Ambiental, do EIA/RIMA, que não aparece
nesta Emenda, como não apareceu em outros projetos da Cidade de Porto Alegre.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro
a presença do ex-Vereador José Ismael Heinen. Bem-vindo.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação nominal o PLCE nº 018/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 20 votos SIM, 13 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Rejeitado o
Veto.
Justificativa de voto do Ver. Pedro Ruas: “Minha
condição de Conselheiro do Grêmio Foot-ball Porto Alegrense me impede, na forma
como vejo, de votar matérias referentes ao clube”.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Para
justificar o voto. Quero dizer que votei com a posição do Governo, portanto,
era voto “não”, e, no mérito, sou a favor, não da forma como foi encaminhado.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Acolho a
manifestação de V. Exª, mas para anexar ao processo de votação, preciso que
seja materializada a sua intenção.
Informo que a Verª Maria
Celeste estará representando a Casa nos dias 16 e 17, na cidade de São Borja,
com participação na palestra sobre trabalhos reunidos pela Escola Legislativa
Julieta Battistioli.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0860/09 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/09,
de autoria da Mesa Diretora, que altera
os §§ 1º, 5º, 6º, 7º, 11, 12 e 13 do art. 63-A, o “caput” do art. 132, o
“caput” e os incisos do art. 179, o § 4º do art. 227-F, o § 3º do art. 227-G e
o § 3º do art. 228, inclui art. 134-B e § 6º no art. 227-F e revoga os arts.
238 e 239, todos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo acerca
da Comissão Especial constituída para avaliar e discutir a implementação do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), dos títulos
honoríficos, da votação de proposições, das despesas de representação externa e
missão externa e do Colégio de Líderes. Com Emenda nº 01.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relatora-Geral Verª
Maria Celeste: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- discussão geral nos termos do Art. 126,
§ 1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 09-03-09.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão, em 1ª Sessão, o PR nº 003/09.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a discussão em 1ª Sessão de Pauta.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 028/09 – (Proc. Nº 0872/09 – Ver. Juliana Brizola) – requer seja o período de Comunicações do dia 26 de março destinado a assinalar o transcurso do 30º aniversário do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. (Incluído em 04-03-09.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação o Requerimento nº 028/09, de autoria da Verª Juliana Brizola, que
requer que, no período de Comunicações, do dia 26 de março, seja assinalado o
transcurso do 30º aniversário do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 6643/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 270/08, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Dr. Marques Pereira o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Rua A Dois – Vila Nova Ipanema –, localizado no
Bairro Hípica.
PROC.
Nº 6644/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 271/08, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Alberto do Canto o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Rua B Dois – Vila Nova Ipanema –, localizado no
Bairro Hípica.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convidamos
o Ver. Toni Proença a assumir a presidência dos trabalhos. Eu, o Ver. Adeli
Sell, Vice-Presidente, e os demais Vereadores que queiram nos acompanhar,
estaremos recebendo aqui, do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade,
PGPQ, o Dr. Ricardo Felizola e seus Diretores, no Salão Nobre. Os Vereadores
que quiserem nos acompanhar serão muito bem-vindos.
Quero lembrar que, devido
a um acordo de Mesa e Lideranças, nós teremos duas Sessões Extraordinárias. Uma
para correr a 2ª Pauta do Projeto que trata do Regimento; a outra para votar as
mudanças do Regimento, que, inclusive, modifica as Sessões das quintas-feiras.
Portanto, a Câmara precisa de 19 votos, e eu solicito aos Srs. Vereadores que,
por favor, permaneçam em Plenário para que nós possamos mudar o Regimento da
Câmara para adequar a questão do Plano Diretor e, além disso, fazer
modificações nas Sessões das quintas-feiras.
(O
Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Desiste. Está encerrado o período de Pauta.
Nada
mais havendo a tratar, encerro os trabalhos da presente Sessão, convocando V. Exas para
a 2ª Sessão Extraordinária, que será instalada dentro de um minuto.
(Encerra-se
a Sessão às 17h07min.)
*
* * * *